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Espaço de reflexão Hermógenes de Castro e Mello

Elucubrações doutrinárias

Por Ludwig von Albarus, de São Paulo

Alfredo Buzaid (que Deus o tenha) era, sem dúvida, um dos expoentes da letras jurídicas do país. Ao mesmo tempo que formava ao lado dos gigantes da doutrina do direito e do conhecimento, também, jurídido, era a pessoa humana mais afável, gentil, cavalheiresca, e antes de tudo imbuído da maior humildade.

Entre outras centenas de contribuições ao mundo itelectual, foi simplesmente autor do Código de Processo Civil, obra essa que durante meio século norteou a justiça e os advogados que militam no país.

Já com idade avançada, mantinha-se vigoroso e num afã de trabalho a dar inveja.

Eis que nos instantes que antecediam uma das minhas constantes viagens, que vi que o doutor Alfredo Buzaid, também no aeroporto, aguardava o chamado para um vôo. Estava sozinho, devorando um livro.

Fui cumprimentar o mestre, que, imaginem, me chamou pelo nome, e contou passagens saborosíssimas, nos dez minutos em que me acolheu.

Chamam para meu vôo, peço desculpas por ter de interromper o nosso diálogo e licença para despedir-me.

Eis que o mestre me sai com esta, com eloqüência como de costume:

-“Meu jovem amigo avance sempre na senda do conhecimento. Para evitar um destino triste quanto o meu, que no final dos meus dias vejo não consegui livrar-me do negrume da minha ignorância!”

Só posso dizer que a cada momento que me lembro desse fato, desses dizeres, não posso conter minha profunda emoção.

1 Alfredo Buzaid, que Deus o tenha e guarde por lá.

Comentários (clique para comentar)

- 05/02/2010 (07:02)

Nunca nada se provou, havia inclusive a ilação que as acusações contra Buzaidinho eram forjadas para prejudicar o pai, questões literalmente inventadas pela esquerda entrosada na polícida do DF. Arquivo geral, jamais houve condenações, as provas eram inconsistentes, os testemunhos confusos.

b. picchi - 04/02/2010 (19:02)

vix mãe, suaves coments... a moeda ter 2 lado é uma f**** bem interessante.

Anonymus - 04/02/2010 (11:02)

Esse fdp não moveu uma palha a apelos de meu advogado quando estive preso sob "suspeita" de subversão, na verdade vingança pessoal de um outro ministro contra mim que jamais me envolvi em política. Fechou os olhos para todas atrocidades de ambas as partes, milicos e terroristas. Um pulha, não há o que admirar. Criou filhos e netos assassinos, não merece nada.

Luis Sevilha - 04/02/2010 (10:02)

A família tem tradiçao em excessos. Na noite desta sexta-feira (5/5), um carro com cinco menores caiu dentro de um lago no condomínio Aldeia da Serra, próximo a Alphaville, na Grande São Paulo. Três adolescentes que estavam no banco de trás morreram afogadas. O motorista de 16 anos, que sobreviveu ao acidente, é neto do ex-ministro da Justiça e do Supremo Tribunal Federal Alfredo Buzaid. O menor deve responder a uma sindicância por homicídio culposo (sem intenção de matar). “Há a falsa idéia de que menor não responde criminalmente, no entanto, a sindicância a que ele vai responder tem o mesmo procedimento de um processo criminal, inclusive as mesmas garantias”, afirmou o advogado do rapaz, Mário de Oliveira Filho. O garoto pode ser condenado a até três anos de detenção na Febem. O pai do adolescente também pode responder a processo penal por permitir que pessoa não habilitada dirija. O caso foi registrado no Distrito Policial de Barueri. Segundo Oliveira Filho, o rapaz perdeu o controle do carro em uma curva acentuada e caiu no lago. A parte traseira do carro afundou primeiro, o que tornou mais difícil a tentativa de sair das garotas que estavam no banco traseiro. As três tinham entre 14 e 15 anos. Neste sábado (6/5), os peritos do Instituto de Criminalística de Osasco (SP) estão no local do acidente colhendo informações para apurar as causas do acidente. Nunca foi condenado, nada aconteceu, está livre como um pássaro.

birle@gmail.com - 04/02/2010 (09:02)

Seus filhos incluindo o mata-mata com crianças eram alunos do Porto Seguro, he,he... graaaaaaaaaaaaaande escola.

- 04/02/2010 (09:02)

É verdade, e fez tudo para acobertar, com sucesso, o crime do próprio filho graças à influência nos meios jurídicos que tinha. Durante sua gestão como Ministro da Justiça teve um filho suspeito de estar envolvido em um crime de grande repercussão ocorrido em Brasília. Trata-se do chamado Caso Ana Lídia em que uma menina de apenas 7 anos foi seqüestrada, torturada e estuprada, sendo assassinada em 11 de setembro de 1973. Na ocasião Ana Lídia tinha sido levada a um sítio situado em Sobradinho, o qual era propriedade de Eurico Resende, então Vice-Líder da Arena no Senado Federal. Apesar da participação de Eduardo Ribeiro Rezende (filho do senador) no episódio, a maior suspeita é a de que o crime hediondo tenha sido cometido por Alfredo Buzaid Júnior, filho do Ministro, razão pela qual o caso se tornou mais um exemplo de impunidade em Brasília.

- 04/02/2010 (09:02)

Esse cara era o ministro da justiça do Medici, nunca se entendeu como um lente daqueles se meteu com os gorilas. Curioso.