Cof, cof, Lula.
Dizem que o pior dos vícios é o tal cigarro. Legalizado, elegante, vicia a todos inclusive aos não fumantes, basta ver a crise imaginável de “abstinência”, no caso de proibir-se plantar e colher tabaco ou deixar de recolher os cabeludos impostos sobre os pregos de nossos caixões, assim os denominam.
E até o tal do Lula, em toda sua ética, ética das mais éticas entre todas as demais, pagou o patinho dos excessos.
Estresse?
Talvez menos, cigarro, de muitos anos fez sua parte. E seus uísques, que a dobradinha é famosa. A conta é cara, eu sei disto. Sofro do mal do tabagismo e do uísquismo, é horrível. Fumo desde os 14 anos, uma merda, com o perdão da sinceridade. E sou fumante-vampiro, só acendo a desgraça após o por do sol.
Deve ser vergonha...
Nós humanos só agora aprendemos a entender os vícios não como fraqueza, mas como doença. Vejam o álcool... falta agora classificar o tabagismo como doença.
Nem a ética salvou Lula do hospital em Pernambuco, seu estado natal, curioso o inconsciente humano. Não pelo estresse, não acredito nisso, pois nunca se matou, tendo horários hiper-flexíveis. Mas pela zorra da vela-de-ignição-dos-pensamentos, 30-40 ao dia, 5 – 10 cigarilhas, maybe?.
Talvez apenas boataria, mas uma fonte que não cito e é pessoa ética, entre as muitas que há por lá no planalto (sim, é ironia mesmo), me confidenciou que o agrado do avião zero-bala para o senhor presidente era a possibilidade de pitar sossegado, o que não lhe seria palatável nos fretados da TAM, afinal em avião nacional não se fuma. No maldosamente denominado Air Force 51 após a crise de Lula com o jornalista Larry Rother do NYTimes, porém as regras são outras, privilégio do cargo, assim informa o insider.
Mark Twain dizia que parar de fumar era coisa simples, ele o fazia todos os dias ao dormir. Não é engraçado, apesar de criativo.
Quando vejo meus dedos amarelados, o pigarro da manhã, minha mãe com o tubo de oxigênio a tiracolo depois de um festival de décadas com 60 bastonetes ao dia, e o enfizema rolando firme, o agora defunto amigo que se aplacava em suas angústias com a dobradinha Marlboro-Juanito Andarillo e o consultor de empresas e empresários cuja perna esquerda apodrece lentamente pelos milhares de Hiltons King Size detonados... bem, só posso dizer:
Lula, pare de fumar.
Não é fácil, eu mesmo luto há anos, feito motor velho, às vezes roda por um tempo, depois pára. Pára a luta contra a nicotina, ela nos vence com facilidade.