Elucubrações surpreendentes, políticas e confusas
Por Ludwig von Albarus, São Paulo
Eu era gerente nacional de pessoal de um conglomerado de nome Ducal. Certo funcionário, ao ser demitido, reclamou que o saldo do seu Fundo de Garantia por Tempo de Serviço estaria errado, já que poderia sacar apenas alguns poucos cruzeiros, a moeda à época. O encarregado das rescisões explicou a ele que já havia usado o seu FGTS na compra de um imóvel, portanto o saldo era pouco mesmo.
O então já ex-empregado saiu muito bravo e insatisfeito com a situação. Três ou quatro meses após, a secretária tirou-me de uma reunião, dizendo que um oficial do exército estava na sala de espera, exigindo falar comigo.
Gestionava na presidência do país o general Emilio Garrastazu Médici. O oficial do exército era certo major do serviço de inteligência, atuando como ajudante de ordens da presidência da república.
O ex-empregado, insatisfeito, havia escrito uma carta ao presidente da república, queixando-se da “injustiça” que fora vítima.
O major, pessoa culta e de fino trato, explicou-nos o problema e relatava que o presidente queria o assunto resolvido em 72 horas. E que ele, o major, respondesse ao signatário do pedido, informando o resultado obtido.
Compulsei a documentação, fiz uma série de cópias xerox e expliquei detalhadamente o que havia ocorrido. Tendo então o oficial dito que estava satisfeito, mas que voltaria, caso necessário fosse.
Pergunto: será que se fatos idênticos se repetissem nos dias atuais, haveria solução similar?
É para meditar, profundamente...