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Espaço de reflexão Hermógenes de Castro e Mello

Iracema

Iracema, a índia. Me lembrei em função de boa encomenda recebida pela oficina onde trabalho, de uma usina de açúcar com este nome. Curiosamente me diziam não existir em tupi, nem na língua geral, o "nhengatuu" dos colonizados (daí a corruptela "nhenhenhém...", falar incessantemente, com lamento.). Há sim, vejo aqui no dicionário do Theodoro Sampaio, "O Tupi na Geographia Nacional”, 1928, Seção Graphica da Escola de Aprendizes Artífices, Bahia.

Guardo uma cópia com zelo, me passada pelo neto de um dos grandes filólogos deste país, Plínio Ayrosa, estudioso das línguas e questões indígenas. Vejam:

Iracema: s.c Yracema, a saída das abelhas (ui!), o enxame. Ou fluxo de mel, o que fez o José de Alencar criar a Iracema, dos lábios de mel...

Me explicam também que é possível ser anagrama de América. Seria? E a história da suposta índia anagramática, essa meio precursora das novelas de hoje, fazia um sucesso danado dando nome às moças.

Assim como as óperas apresentadas, por isso tem tanto neguinho com nome de Sigfredo (dos "Nibelungen" de Wagner), Sigismundo etc; e adaptando o nome do próprio compositor, sobrenome na verdade, não é ô Vaguinão da padaria?

Até hoje o populus se encanta com estas coisas, ajustando o fascínio com Michael Jackson, para certo José Maikol de Oliveira... Ou aberrações de Ipiaú, interior da Bahia, a chamar a um filho de Valdisnei dos Santos, em homenagem ao Walter Disney ou Walt Disney, como era mais conhecido... E Vaspino Alves, cujo pai adorava voar de Vasp nos anos 50, aqui por São Paulo.

Antes, já por volta de 1.600 no Pernambuco, muito holandês invasor se encantou com as escravas e as índias de peitos por fora. Então um filho do Johann van der Ley ser o pai dos atuais Vanderlei de Souza... Mas forte mesmo foi da Bíblia a influência, do aramaico João e Maria, Jesus e José e por aí vai.

Dominou geral.

Porém tudo isto não explica a razão de tantos Geraldo de sobrenome Magela em Minas. Se é Geraldo e mineiro: é Magela...

Alguns enganos a acompanhar a coisa, pois me dizia uma maldosinha ex-concunhada, que o nome da sogra, minha e dela, era a combinação de Ângelo e Adélia. Pai e mãe respectivamente... Que a registraram como Angélia, parecendo contração jocosa, recaindo incessantemente em Angélica com erro de grafia de escrevente de tabelião desatento.

Mas é nome próprio, me ensinou a irada senhora quando perguntei, algo como a "luz que antecede o nascer do sol".

Olhei na Internet e é verdade. Pior: surgiu lá até uma Angelia gringa, sem acento...com o meu sobrenome.... isto que é interessante e coincidente...

Ou seria um sinal? Hu, hu...

O rio Ley na Holanda. Quem era de perto, era "do Ley". Em holandes van der Ley, sobrenome comum. Aqui virou prenome.

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