Foto do Hermógenes

Espaço de reflexão Hermógenes de Castro e Mello

E o caso continua...

Este foi o caso do Pólo Norte, como descrevi anteriormente. Até hoje não se sabe exatamente quem chegou primeiro e pelo visto não saberemos. Em um destes atos falhos curiosos na história da humanidade, o Dr. Frederick Cook pede a um acompanhante em parte de sua expedição transportar seus registros e anotações comprobatórias, assim como os delicados instrumentos de medição e seu trenó gasto, os quais aparentemente levou ao pólo, para Nova Iorque.

Este tenta, porém por obra do destino o único barco disponível é do Capitão Peary, o outro a ir ao extremo norte, raivoso pelo anúncio de Cook ter chegado antes. Não permite o embarque das caixas com os registros de Cook e estas são guardadas na Groenlândia, para serem recuperadas no próximo verão.

E curiosamente nunca achadas...

No caso do Pólo Sul, alguns anos adiante, há comovente tragédia romântica. Certo no início ser o único a tentar a coisa, em escala militar com muita ordem, equipamentos e comandos, o Capitão Roberto Falcon Scott em determinado momento sabe Roald Amundsen, explorador norueguês também estar “indo ao Sul”.

Começa a peleja, ambos chegam ao Pólo Sul, porém Amundsen com seus métodos inuit de indígenas árticos, mais leve e cruel (parte dos cães de arraste são sacrificados para alimento) chega um mês antes.

O pobre Scott encontra a barraca deixada por Amundsen com uma carta dirigida ao mundo e ao rei Haakon da Noruega, além do pequeno pavilhão norueguês tremulando ao vento polar. Desanimado retorna, encontra péssimo tempo além de errar a navegação, perdendo uma marca que levaria a um dos depósitos de víveres e combustível essenciais para a volta.

Meio ano adiante são encontrados em suas barracas, congelados. O diário de Scott é terrível de ler, apesar de fascinante.

Deixa carta elogiando a todos e encerra com uma preocupação, que “cuidem dos seus”. Criou-se com este evento a figura do "perdedor" mais lendário da história moderna.

Mas vamos aos ganhadores. Um breve relato (com licença, espero, da Wikipedia, sobre o “ataque” ao Pólo, como chamavam) segue.

”Com a notícia em 1909 que primeiro Frederick Cook e depois Robert Peary terem chegado ao pólo, ele mudou seus planos. Usando o lendário navio de Fridtjof Nansen, o Fram, partiu da Escandinávia em direção a Antártica em 1910.

Seu grupo invernou na plataforma de gelo Ross no local conhecido como a baía das Baleias. Utilizaram o tempo para planejar a jornada e estabelecer depósitos com alimentos, aguardando a partida prevista para a primavera. Estava 600 km distante da expedição rival britânica liderada por Robert Falcon Scott que estabelecera-se na Ilha de Ross. Scott possuía uma rota, descoberta por Ernest Shackleton, através da geleira Beardmore em direção ao planalto Antártico. Amundsen teve que procurar seu próprio caminho através dos montes Transantárticos.

Amundsen iniciou seu ataque ao pólo em 20 de Outubro de 1911, e juntamente com Olav Bjaaland, Helmer Hanssen, Sverre Hassel e Oscar Wisting, atingiu o pólo em 14 de Dezembro de 1911. O ponto mais ao sul do planeta foi alcançado em uma tarde ensolarada com temperatura ambiente de -23ºC e ventos leves vindos do sudoeste. A bandeira de seda vermelha e azul da Noruega, foi fincada em um planície branca. Após 35 dias, Scott teve a infelicidade de encontrar uma tenda deixada por Amundsen, com uma carta relatando a chegada. A extensa experiência de Amundsen, a preparação, e o uso dos melhores cães de trenó disponíveis fizeram a diferença no final. Em contraste aos infortúnios da expedição de Scott, Amundsen teve uma viagem com menos dificuldades, retornando ao acampamento base no dia 25 de janeiro de 1912 após percorrer durante três meses 3.000 km.

Como nenhuma das expedições levou o volumoso equipamento de telégrafo sem fio, que seria a única forma de comunicação direta com o pólo, o sucesso de Amundsen não foi publicamente anunciado até 7 de Março de 1912. Amundsen narrou com detalhes sua jornada no livro The South Pole; an account of the Norwegian Antarctic expedition in the "Fram," 1910-12

Clicando sobre as fotos se ampliam. Particularmente interessante fazê-lo sobre a foto de Scott e seu grupo.

Amundsen foi o primeiro. Mas não tinha o charme de Scott.

No Pólo Sul, Amundsen e sua turma, 1911.

Scott, paramentado como capitão da Real Marinha.

Talvez esta foto seja o paradigma do retratar da derrota. Scott e seu grupo no Pólo Sul, após verem a barraca de Amundsen.

Comentários (clique para comentar)

- 02/09/2009 (14:09)

Eta, Geografia na raça destes caras....