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Espaço de reflexão Hermógenes de Castro e Mello

Mozart

Uma das atividades que traz maior alegria é a música. Poucos são insensíveis a ela. A popularidade é quase total, entre todos os povos deste planeta. Encantados que somos com os pássaros, a quem de alguma forma nos autorizamos, com a música, a copiar.

Comum, no reino de homens e animais, este, digamos, mimetismo. Entre os pássaros imagino seja algo ligado ao momento da reprodução, da disponibilidade.

Fazemos similar, de alguma forma. Até a conseqüência da música, a dança, me parece ser instintivo entre os pássaros, o frete. (Com as devidas licenças: frete é regionalismo baiano, corruptela de flerte, portanto aplicável aqui. O reino da música no Brasil tem sua capital na Bahia.)

Após a Idade Média, a música torna-se algo de estudo, de letra, de cientificidade e, adiante, recebe termos: clássica, barroca, medieval, popular, de dança e assim por diante.

Com seus gênios, que admiro. Muito, começando por W. Mozart. O homem era extraordinário, talvez o músico mais completo da nossa história. Reunia a disposição e capacidade de compor com a magia de conduzir; e às vezes executar. Mestre que era em cravo e piano. De sua obra a que mormente impressiona pela singeleza, simplicidade e encanto absoluto, com seus quatro movimentos em perfeita cadência, a deixar todos quietos, como a ouvir pássaros, penso ser a Serenata Noturna.

No modesto conceito a mais perfeita obra do que chamamos música clássica. É a conhecida popular composição de Mozart, oficialmente titulada "Serenata para violinos, viola e baixo, KV 525", com o sufixo “Uma pequena música noturna”, do original alemão. Era comumente apresentada à noitinha e ao ar livre. Foi terminada a composição em Viena, no ano de 1787, ao mesmo tempo o fabuloso Mozart compunha a ópera Don Giovanni.

O segundo movimento da Serenata perdeu-se na História; fico imaginando qual belíssima parte seria, pouquíssimos tendo ouvido. Ou não, a descompor o singular conjunto?

Um minueto, talvez? Bem, não saberemos.

Sua habilidade descrevia Mozart assim, para finalizar:

"Quer saber como eu componho? Posso dizer-lhe apenas isto: quando me sinto bem disposto, seja na carruagem quando viajo, seja de noite quando durmo, ocorrem-me idéias aos jorros, soberbamente. Como e donde, não sei. As que me agradam, guardo-as como se tivessem sido trazidas por outras pessoas, retenho-as bem na memória e, uma após a outra, delas tomo a parte necessária, para fazer um pastel segundo as regras do contraponto, da harmonia, dos instrumentos, etc. Então, em profundo sossego, sinto aquilo crescer, crescer para a claridade de tal forma que a obra mesmo extensa se completa na minha cabeça e posso abrangê-la de um só relance, como um belo retrato ou uma bela mulher... Quando chego neste ponto, nada mais esqueço, porque boa memória é o maior dom que Deus me deu."

Para ouvir a "Eine kleine Nachtmusik" ou a Serenata Noturna, clique aqui

Mozart, raro gênio. Talvez o maior da música. Ilustração em "risco de prata" ou "bico de prata" de 1776, por Doris Stock.

Já mais maduro, próximo de morrer, uma pintura de 1791.

Comentários (clique para comentar)

hermógenes - 26/11/2007 (08:11)

Muito correto, por sinal a obra dele deixa transparecer alguma simbologia dos "Freimaurer". Uma especulação diz que a sua última obra, inacabada,o "Requiem", foi encomenda de um companheiro de loja maçônica.

Gil - 24/11/2007 (17:11)

Além de ser brilhante na sua arte, foi um grande pedreiro, iniciado nos Augustos Mistérios, Ilustre Maçom.