O que nos mata devagarinho?
Basta olhar as fotos ao lado. Alguns morrem pela falta disto, falta total. De qualquer alimento, lembram-se de somalis macérrimos e crianças indígenas, pelos Matos Grossos, esquálidas? Morrem.
Outros, gordos, feito navios carregados, com as tubulações circulando óleo grosso ao motorzão, que de tempos em tempos pipoca e entope, também morrem. Acúmulos de resíduos nas paredes dos dutos.
Corta-se o combustível cheio de graxas, mas sem tempos; e não se recupera. Enfarte ou melhor: safenas.
Porém, quem resiste?
Um singelo pratinho, com torresmos frescos e variadas lingüiças, tudo frito em bom óleo, com umas gotas de pimenta e um copão de escótiche. Antepasto para uma feijuca, com gordo caldo, farinha, arroz branquelo, couve picada, banana empanada e umas bistecas. Em dia frio... Ora!
Ou na casa da irmã, detonando um troço que os xenófobos odeiam, mas que apesar de dizerem elitista é bem gostosinho, o tal patê de fígado de ganso. Com geléia de mexerica e um brioche, isto: um daqueles da Maria Antonieta... com copo de vinho gelado, branco, de uvas que dizem gearam e assim ficam mais doces.
É, um crime, mas bom para danar.
Talvez por isto cometam tantos crimes, algum prazer deve haver na história. De qualquer modo, ao fechar o fim-de-semana, ainda papando umas batatas raladas, fritas com um pouco de sal e pimenta, então pode-se dizer:
- “Posso ir, mas vou feliz...”. Acompanha discreto arrôto.
Figurativo, figurativo.
A luta pelo bem estar, calvinista e protestante, católica-judaica; e penitência: e muita, mas muita culpa, nos coloca portanto nos eixos novamente.
Moderação, abstinência e exercícios... e quem sabe alguma reza... e... e...
Fracos, somos assim.
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