Ora, pois... elucubrações à lusitana, por um brazuca.
Por Ludwig von Albarus
Meu filho Beto, minha esposa Regina Helena e eu, em pleno Pinhão – Vale do Ouro, Norte de Portugal. Com aparentados nossos, são produtores de vinho, na região.
Claro que são produtores de vinho, na região. Não poderiam ser produtores de rabanetes!
Carlos Wilson, um dos proprietários da vinícola no calor agradável da varanda da casa, acariciava uma garrafa.
Ao me ver, Carlos Wilson chamou-me dizendo (note-se que são quase excessivamente hospitaleiros e delicados).
– “Venha desgustar comigo deste excelente vinho.”
Vi logo, que não era vinho do Porto, que adoro, mas vinho comum, da região. Os vinhos do norte de Portugal primam (ou decepcionam) por serem excepcionalmente encorpados, um tanto ácidos e bastante fortes.
Disse-lhe, agradecendo a delicadeza do convite:
-“Muito agradecido, primo Carlos, declino, pois prefiro os vinhos alentejanos, pois estes aqui do norte até fazem doer o maxilar, de tão ácidos e fortes...!""
Foi uma das maiores besteiras da minha vida, aquela resposta ao convite amável do Carlos Wilson: primeiro por que o natural do Douro detesta o alentejano.
Segundo, por ser o primo o próprio produtor do vinho...
Uma homenagem à minha neta Priscila, que adora esta história de um brasileiro detonando "lusitanices" na terra dos "acusados"...