João-olhos-ao-ar
Wenn der Hanns zur Schule ging,
stets sein Blick am Himmel hing.
Nach den Dächern, Wolken, Schwalben
schaut er aufwärts allenthalben.
Vor die eignen Füße dicht,
ja, da sah der Bursche nicht,
also daß ein jeder ruft:
"Seht den Hanns Guck-in-die-Luft!"
Quando o João à escola seguia,
Seu olhar sempre ao céu erguia.
Para os telhados, nuvens e andorinhas com alento
Olha sempre, porém ao solo desatento.
Pois nem os próprios pés, pouco sagaz
Nada mais via o rapaz,
De forma sempre alguém a soprar:
“Veja o João-olhos-ao-ar”
Moleque, fitava o céu por horas; o faço até hoje, imenso fascínio com tudo que por lá ocorre, desde as cinzas e escuras nuvens de um dia de inverno ao embate entre nuvens ciclópicas sobre o oceano, a partir de ampla praia. Em casa, meu pai percebia a desatenção e concentração com as coisas eólicas e etéreas, me titulava de tempos em tempos, “Hanns-guck-in-die-Luft”, o João-olhos-ao-ar.
O livreto com o poema de Heinrich Hoffmann, clássico para a infância alemã, tínhamos em casa (Der Struwwelpeter).
Como todo poema do século XIX daquela região austera, para os jovens, ou é imensamente assustador ou duramente crítico, educativo. Como este, a evitar as crianças se dispersarem com pensamentos distantes, estando sempre alertas, com os pensamentos fixados no essencial, útil e produtivo.
Entretanto o fascínio pelos céus não se extinguiu, apesar das críticas dirijo meu olhar, com menos freqüência infelizmente, a rodar o o firmamento.
Que aprendi a fotografar, espero com a aprovação do proprietário (quem seria...) e admirar em fotos de colegas, como de (com gentil permissão) minha filha em suas andanças argentinas.
Talvez todos nós devêssemos de tempos em tempos olhar para o céu, até figurativamente...
Não só, e apenas, manter o essencial, o produtivo e as demais questões que nos infernizam o cotidiano. Todavia é difícil, eu sei.
Pois somos assim!
Tradução tenebrosa minha, com certeza deve existir algo mais elaborado, porém não encontrei.
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