Foto do Hermógenes

Espaço de reflexão Hermógenes de Castro e Mello

Perfilando-se; para que Nelson?

Leio aqui em um site de revista semanal alemã sobre o mal-estar ocorrendo entre os governos francês e brasileiro, os primeiros inconformados com os informes da força aérea tupiniquim sobre “óleos e escombros” e se revelam como não sendo do Airbus. A rigor nada se achou, até o momento. Apenas poluição e lixo, o Atlântico é a grande vítima.

Comum nas praias de Salvador encontrar potes plásticos de margarina. Alemã. Ou bóias de redes de pesca. Japonesas. Garrafas de água mineral, com inscrições cirílicas.

De qualquer forma e mais uma vez, o gênio geral , à frente de tudo, mostrou-se de seu melhor lado, o grande chefe da defesa brasileira. Simples baboseira, promoção pessoal. Como diziam no passado: o Aparecido.

Confirma escombros, confirma óleo (avião carrega óleo para manchas de 20 km?), bóias, botes infláveis. E nada se encontra, fotografa, etc. A força área mostra que sua missão principal, assim como todo o aparato militar brasileiro, atualmente tem apenas uma preocupação: salários, tempo para reforma, aposentadoria e ficar o mais próximo possível de suas cidades de origem e famílias. Funcionários públicos portanto; sabemos como são. Raras, raríssimas exceções de dedicação à função.

Lembro de todas as abobrinhas o ministro detonou em relação às questões da aviação comercial, a exigir mais espaço entre os assentos, limitar os vôos para Congonhas, novo aeroporto para São Paulo. Promoção pessoal exacerbada, após substiuir o desinteressado e sonolento antecessor, vítima de sua total inoperância nos acidentes aéreos Gol e Tam.

Deu no que deu: em nada. Estrume bovino.

As companhias aéreas regem o setor, Congonhas permanece em “alta performance” e por aí vai. No setor da defesa fala-se de bobagens como submarinos atômicos para proteger o pré-sal, compra de caças ultra-modernos para nos defender (de quem mesmo?), construção de aviões de transporte para a FAB, claro, afinal o que a tal força aérea mais faz, pelo visto, são missões de transporte, dos seus membros e familiares e das “otoridades”.

Agora alguém vai encrespar com os franceses, algum imbecil dirá algo de “ nossas águas territoriais”, mal-estar para todo lado e o assunto será, depois de algum tempo, esquecido.

Século 21, tempos de hipocrisia máxima.

As buscas foram infrutíferas. Nada do Airbus Air France foi encontrado. FAB não tem experiência neste tipo de ação.

Palete de madeira. Não havia destes no vôo da Air France. Provavelmente caiu de algum navio.

Nosso único gênio, algo como o Da Vinci brasileiro. Entende de leis, política, defesa nas três armas, resgates marítimos, ventos, correntes, tipos de paletes, radar, oceanografia e muitos outros assuntos incluindo auto-promoção.

Comentários (clique para comentar)

Anonymus - 09/06/2009 (13:06)

Willie Nelson, o bardo de esquerda, respondeu ao que perguntaram ser a melhor piada que já havia ouvido: - "Penso ser a expressão ´inteligência militar´..."

Hermógenes de Castro & Mello - 09/06/2009 (09:06)

Com 17 anos, fila para alistamento no 4ta Zona Aérea, Cambuci, perfilados na calçada, 1974. Chamada para preencher papéis dentro do quartel. Estava fumando. Com mais uns dez. Nossa vez, jogamos as pitucas numa poça no meio da rua, já cheia de outras. Um p.a. (polícia da aeronáutica), rindo, encostou uma metralhadora na minha cabeça e disse que ia me ensinar como limpar a rua, seria o exemplo para acabar com "aquela sujeira". Me fez ajoelhar e pegar uma das pitucas na poça, segurar por todo o percurso no quartel até preencher os papéis e retornar à calçada. Terminado o "ensaio de força", de volta à calçada o mesmo p.a. se aproximou novamente e disse: "não vai bancar o palhaço e denunciar nosso esquema de limpeza aqui porque senão você vira bife...", por certo com alguma culpa pela metralhadora apontada na cabeça.

Pouco depois estava eu pousando com um planador (que tem prioridade pela falta do motor) em Jundiaí, quando fui cortado por menos de 10 metros por um helicóptero da FAB, atravessando a cabeceira. Pousei, saltei e fui até o helicóptero também pousado, perguntar porque havia feito aquilo. "Não sabe voar não, o palhaço? Se borrou, ô veado?". Fiz uma queixa por escrito ao DAC à época que nunca respondeu. Enfim, não me é possível gostar de modos militares, a estrutura, autoritarismo burro e a intolerância. E pode ter certeza que a maior tarefa da FAB ainda é transportar a si, seus familiares e autoridades. O resto é show business.

Anonymus - 08/06/2009 (16:06)

Hermógenes, queimaste a língua. Acharam o local e foram os caras da força aérea mesmo. Andas amargo, descontente com os milicos. Não sou fã deles, mas para alguam coisa servem, por exemplo isto.