La beauté fatale
Sou fofoqueiro incorrigível. Adoro intrigas, até provocá-las, conquanto não nocivas. Acho o escrevinhador, mesmo o reles amador como eu, nascer em sua sempre discutível habilidade a partir da fofoca, escrevendo mormente das vidas alheias.
De, preferencialmente, o mal-falar destas. Se verificar os jornais, em resumo, são más notícias sobre outros. Sobre seus infortúnios ou, de vez em quando, sobre suas felicidades. Isto raro, porém.
Prevalecem as más notícias.
Mas a fofocagem tem seus cantos, seus nichos. Segredos até; às vezes, porém, não é possível exaltar o desejo de mostrar aquilo se sabe. Coça; entretanto, a revelação pode criar problemas. Até danos terríveis.
Chamo a isto de censura fofocálica. Ou seja: não revelar-se algo em fofoca, sem fontes asseguradas, o que poderia prejudicar a pessoa. Quem faz se arrepende até os fios do cabelo, quando há dano à pessoa enfofocada. Alguns foram à morte, injustamente, por este tipo de intriga.
Entretanto o caso aqui não é tão grave. Na verdade, é mais, talvez, sóbria especulação sobre certo presidente de nação européia, destas super-evoluídas, e seu gabinete. Na pasta da justiça posicionou criatura jovem, decidida. Uma “magreb”: de origem marroquina/argelina. Funcionária de multinacionais, juíza e agora ministra.
Nascida em 1965 e melhor amiga da, agora, ex-esposa do mandatário.
Autoridade sobre 8.300 juízes, 21.300 funcionários do ministério e 30.000 agentes penitenciários; e por aí vai. Seu renome a coloca entre chefe das mais duras e, inegável, das firmes autoridades do atual governo daquele país.
Uma carreira, como se diz: meteórica. Após impor-se como tendo direito a uma chance, o motto do novo governo: todos devem ter a sua oportunidade. Mesmo sendo originária de preocupantes minorias.
Aos 14 anos já era campeã de vendas da Avon, em sua pequena comunidade. Capricha na discreta maquiagem.
Hiper-dinâmica. Após aliar-se ao agora presidente, à época ministro do interior, seu avanço na área política é formidável. Comentaria o fofoqueiro: como se alguém a privilegiasse.
Não acredito, pois; colérica e autoritária, como revela importante magazine da Europa, não seria por meios, escrevamos, exóticos ter conseguido a atual posição. Admita-se; fofoca é fofoca, alguns juram que sim. Não se deve levar a sério. A ministra Rachida Dati, foto ao lado, até mereceria uma ajuda em sua carreira...
O presidente divorciou-se, a esposa Cécilia S. saiu de cena. Mas sua melhor amiga permanece... no gabinete do ex-marido.
Somos assim, fofoqueiros.
Para os machistas: conversa ou não, uma troca formidável. Nesta questão, Luis Inácio não fez grandes escolhas... Seu gabinete não prima pela beleza física. Nem seria importante. O detalhe é que também não brilha pela beleza moral e ética. Nesse contexto é bem feio...