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Espaço de reflexão Hermógenes de Castro e Mello

Três boas refeições

Penso, em tempos um tanto mais difíceis, apesar de nós brasileiros andarmos imbuídos de assustador ufanismo e acharmos é bobagem, as refeições e sua qualidade tendem a sofrer, em restaurantes. Admito já gostei muito de restaurantes, principalmente por cá, na nossa querida São Paulo; os gordos têm isto.

Têm estes locais restauradores mais aproveitamento por este mundo piratininga, pois raramente paulistanos convidam para almoço ou jantar em suas moradas.

O “passa lá em casa”, mesmo tradicionalmente insincero, saiu de nosso latim cotidiano, não se convida, nem se insinua, há raras exceções. Quem aqui o faz é de outra cidade ou estado, os “nativos” raríssimamente. Por razões sabemos: a doméstica não mora com o empregador, a esposa atua em sua profissão, o acordar cedo e o sossego desejado aos fins-de-semana (hífens por minha conta, ouviram aproveitadores da reforma na escrita?).

Vai-se ao restaurante, portanto.

Evidentemente as melhores opções não são as anunciadas. Em média o restaurante listado como o “melhor” ou dos “bons”, normalmente decepciona. Se não pela culinária em si, então pelo absurdo dos preços. A azia se instala com o discreto cupom fiscal, a fazer-se contas de quantos sacos de farinha de trigo é possível comprar pelo preço de 5 pratos de macarrão em certo 3 estrelas.

Porém, sem chiadeira, ainda é possível comer-se bem.

Faz pouco, outros dois robustos apreciadores, e eu, andamos pela tão próxima, maltratada Santos; e o apetite sempre em alta, procuramos naquilo conhecíamos como meninos que por lá circularam alguma opção restaurativa. Nos lugares tradicionais penso nos decepcionamos, pelos aspectos externos; fugimos para o centro antigo da cidade praiana e, atrás da Bolsa de Café, estacionamos. E eis surge o discreto Silva. Perguntamos se aceitavam comensais corpulentos e de bermudas para a refeição, concordaram de imediato. Não havia ninguém, normalmente péssimo sinal, porém ficamos agradavelmente bem impressionados.

Sem ostentação, exalando entretanto segurança na culinária e serviço.

Excelente aperitivo, a delicada caipirinha bem feita, certa no açúcar e singela rodela de carambola a enfeitar a borda. Belo couvert, detalhe para o tantinho de ovas de algum peixe sobre a manteiga, pão caseiro quente e os acepipes bem selecionados. Seguimos com deliciosas bruschettas de tomate e bacalhau, fina combinação, regadas a bom azeite. E depois pratos de peixe e crustáceos, perfeitos no preparo, fresquíssimos, e arroz de açafrão (sem curcuma, açafrão no duro, os pistilos estavam lá a provar.). O vinho verde português sugerido, excelente, não direi qual é, recomendo lá ir e provar.

As fotos podem ajudar a criar a iniciativa de ir ao velho centro de Santos.

Serviço à antiga, garçons atenciosos e pacientes. Primor. Por fim a sobremesa em homenagem a instituição próxima, a Bolsa do Café: torta mousseada de chocolate e café , acompanhada de sorvete de baunilha.

Recomendo, num sábado de saco-cheio, por lá aportar: Rua Cidade de Toledo, 15, (www.silvarestaurante.com.br). Só existe faz 3 meses, entretanto me parece tem grandes chances de ir adiante, bem adiante.

Esta foi a primeira refeição!

Marcando no celular o local exato do Silva, os comensais aprovaram, é bom espaço, sem arder na carteira.

O detalhe faz o contexto. Tudo muito limpo e correto no Silva.

Que tal?

Comentários (clique para comentar)

Luiz Alvaro - 10/02/2009 (11:02)

E DE UM BOM BIG MAC ?

Cornelia - 10/02/2009 (11:02)

Tentador!!!

- 10/02/2009 (08:02)

Recomendo chapatis com gee e pimenta....

Julia - 10/02/2009 (08:02)

bá, mas que fome, chê!

Thomas - 10/02/2009 (07:02)

E nem me pagam por isto...

Daniel - 09/02/2009 (17:02)

Santa propaganda Batman!