Amigo
Ontem fui jantar com um amigo tenho visto menos. Nos conhecemos há mais de 20 anos, sujeito formidável. Mais jovem um tantinho que eu, me alegro muito quando o reencontro. Mais ainda quando aceita meus convites para uma boa refeição, ambos temos queda por niponidades, comidinhas japonesas.
De preferência, paulistanos que somos, em um tal de Semba Koyama na Rua Treze de Maio no Bexiga, reputo o melhor de São Paulo.
Sem frescuras por lá, ágeis, conhecedores e portadores da marca registrada do bom: a maior parte dos comensais são de origem oriental; ou orientais. Devem saber.
Tomamos saquês, detonamos entradas, peixes crus, frituras sofisticadas, ovas de peixe, sushis e uma preferência do amigo: a sobremesa, um tempura de sorvete, confesso não entendo como possível fazer aquilo, um literal “sorvete à milanesa”.
E conversamos, como duas escolares. Fofocas, maldades, bondades, política, mulheres, cachorros, profissões, barcos, planos, futuro, passado, parentes e lá vai. Já maduro articula bem os pensamentos, este meu amigo. Faz ilações me admira, sobre a vida e como enfrentá-la, em seus momentos mais difíceis. Diz de seu entusiasmo por algumas causas, de seu novo amor, solteiro ainda é. Entretanto com menores expectativas, já sabe as coisas entre os humanos nem sempre comportam maiores ideais, tão nobres.
Tem grande admiração pela mãe, este sujeito, percebo. Da inegável capacidade de diplomacia, carinho e relacionamento daquela criatura.
Conta com ela nos momentos onde tal necessita, e seus conselhos e ponderações, serenidade inclusa. Tornou-se assim também um bom articulador de relacionamentos, tem amigos por todos os cantos, me incluo entre eles.
Findo o jantar, com um saquê saideira, me deixa em casa e segue a ver outros amigos, querido que é por todos e tantos. Grande sujeito. Gosto dele, muito.
É meu filho.
Os admiramos estes camaradas; somos assim.