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Espaço de reflexão Hermógenes de Castro e Mello

Após a vitória o desinteresse

Lendo artigo anterior, da Luiza Bussius sobre a Índia, fiquei a pensar sobre a questão administrativa nestes países agigantados em questão populacional. Não sei se me recordo com precisão, porém há empresas estatais indianas, as ferrovias, por exemplo, que empregam mais de 1.000.000 de pessoas.

Os controles devem, os mais eficientes possam ser, acabar em interessante caos. Entretanto entendo lá o caos faz parte do cotidiano, portanto constantes recomendações sobre paciência e tranqüilidade (talvez daí a invenção da ioga e da meditação transcendental...), fazem parte, não é sahib? E a escala dos trens sofre, com incessantes atrasos, me relata a moça.

Em ato menor, porém infectado do bacilo da vil política, esta terrível doença nos assola desde 1.500, padecemos de problema similar.

Me escreve a Luiza pela Índia ser comum observar as pessoas resolveram suas questões digestivas terminais sem maiores constrangimentos; e em público. Que as instalações como parques podem ser muito arrumados, porém em geral é tudo pouco preservado, impera a sujeira. O Brasil, diz ela, ser outra coisa...

Por infeliz coincidência, hoje pela manhã, resolvi levar minha fiel Sony para fotos relativas a questões de trabalho e no caminho até o local onde ganho meus centavos, verifiquei temos graças ao momento pós-eleições, a indianização da cidade, sem ofensa ao povo daquele imenso país, inclusive com a defecação em público. Vejam as fotos de hoje da praça Wendell Wilkie; mantive, porém, o decoro, ou seja: a distância. Poder-se-ia o sujeito inibir, com conseqüências fisiológicas graves.

Já não é exatamente monumento à limpeza, nossa cidade tão sofrida, entretanto após ganha a contenda política, o desinteresse impera ou, não sei se pela briga pela renovação de contratos, a limpeza pública e conservação em São Paulo estão em frangalhos, neste começo de 2009.

Como o homem Kassab já está empossado, não é qualquer sujeirinha e descontrole vai removê-lo do cargo. Nem os ficcus gigantescos mortos há anos no canteiro central da avenida Pacaembu, que certamente em um próximo vendaval vão vir abaixo; como o telhado da igreja Renascer em Cristo (seria divino sinal?). Todavia a curiosa questão do político brasileiro, ganhei-agora-não-me-encha-o-saco, não se altera.

Independe da cor, matiz, brilho ou linhagem. São todos iguais.

São assim.



Para ampliar as fotos, clique sobre elas.

Singelamente, a praça Wendell Wilkie (foi quem trouxe o futebol ao Brasil, este ingles homenageado) torna-se um luxuriante matagalzinho onde podemos nos aliviar, sem cerimônias. Pixadores e moradores descarregam sua efusiva arte.

Agachado na crescente relva, vejam ao lado direito inferior, o morador se delicia com os primeiros raios de sol e parte para a ação. A ação social da prefeitura criando estes abrigos naturalistas com matinhos e altas gramas é louvável.

Os ficcus mortos há alguns anos, secos, esperam o vento certo para cairem sobre a larga avenida. Enquanto isto, provavelmente, negociam-se contratos bons, como a inútil pintura com cal de blocos do meio fio. A durar mes e meio.

Comentários (clique para comentar)

- 20/01/2009 (14:01)

PÔ, MEU, FOTOGRAFANDO O SEM-TETO TIRAR O BARRO MATUTINO? FALTA DO QUE FAZER HEIM?

Hermógenes de Castro & Mello - 20/01/2009 (09:01)

Grande Picchi, seus comentários enriquecem nosso tão sofrido bilogue, combatido por muitos, adorado por poucos, odiado por outros tantos. Mas a luta pela escrita, boa ou má, continua, companheiro; seguiremos adiante no espírito de Gunga Din, o grande personagem do poema de Rudyard Kipling.

b. picchi - 19/01/2009 (16:01)

kassab.. q dureza. abraços Hermó - começei o ano virtual apenas agora, que venha 2009, que venham bons artigos. Abraços