Foto do Hermógenes

Espaço de reflexão Hermógenes de Castro e Mello

Soprano

Há tempos não me divertia com televisão. Em média é chata, repetitiva, previsível e deprimente. Violentíssima; e no acesso aos canais ditos pagos, a profusão do falado em inglês chega a ser provocador. A sugerir nem existir outra língua, digamos, televisiva.

Mas achei uma luz no horizonte, ao ouvir de minha filha, certa colega de trabalho viciara-se, de fato, em seriado americano de título Família Soprano. Aquela a iluminar o caminho da minha vida, com facho forte, minha chefona, alugou os DVDs a fugir do inferno de possíveis propagandas pelo tubo de imagens, para assistir. No início recusei os insistentes convites, pois me pareceu ser o eterno clichê máfia-nova-iorque-sangue-chefões-etc. Entretanto, com tantico mais de paciência, e detonada a curiosidade, acabei não viciado, porém digamos forte, fortíssimo apreciador dos enredos, atores e, principalmente, de quem escreveu os roteiros.

Recomendo, dois episódios por noite, é o que se basta. Todavia na seqüência, não pulem. Algo como medicamentos, em doses constantes.

O ator principal no papel do chefão, James Gandolfini, é gênio interpretativo. Não parece ator, sugere algo mais elaborado, alguém a encarnar determinado papel. Os diretores do seriado escolheram ítalo-americanos, a óbvia opção; permite melhores interpretações. Sem os desajustes de ingleses ou australianos interpretando americanos, por exemplo. Sua coadjuvante, Edie Falco, a esposa da série, interpretando com perfeição absoluta a Carmela Soprano, é quase assustadora. Jamais imaginei atores pudessem, mesmo com algum toque, levíssimo, de comédia, interpretar papéis nos remetem a seres de verdade, que conhecemos, pululam por nosso cotidiano.

Não mafiosos, penso por cá não os há (nem teriam chance de atuação, com a concorrência local tão especializada...); porém uma tia, a vizinha, o dono do posto de gasolina, certo cliente chato. Temperadas as películas, penso são episódios de 7 ou 8 anos seguidos, com questões cotidianas a nos afligirem também.

Um primor; e a quem assistir o alerta:

Somos assim.

James Gandolfini, interpretando o imaginário Tony Soprano, diria é a perfeição no papel.

Edi Falco, como a esposa do chefão, não fica atrás. Genial no papel, imbatível.

Sempre, como se diz, nas boas locadoras. Que andam acabando...

Comentários (clique para comentar)

E. Valter - 23/09/2008 (11:09)

Seria possível parar de me mandar esta p... de email??????

Hermógenes - 10/09/2008 (15:09)

Minha linda, qualquer boa videolocadora. Assiste-se tranquilo, sem comerciais, no ritmo desejado. Passava nos canais pagos HBO, mas era complexo com dia, hora e data.

Daniela Brusco - 10/09/2008 (14:09)

Espera aí. Por que as pessoas gostam de complicar? Ninguém as está obrigando a ler o blog. Se acham que é besteira, não leiam. Simples assim. Quando eu tenho tempo, ou quando o assunto me interessa eu abro, leio, e às vezes comento. Se não... nem abro. Excluo e pronto. Ganho tempo e não me estresso. Por favor CONTINUE me mandando Sr. Hermógenes. Voltando às Martas frias, digo, às vacas frias, quando e em que canal passa a tal série?

Hermó - 10/09/2008 (08:09)

Talvez, caro Jorge. Pelo menos o uso da p... em todas as circunstâncias do cotidiano linguajar remeta às origens. Afinal, todos viemos de um tantico do, digamos, produto... Assim como o seriado, cujo palavreado original, na língua de Shakespeare, se resume a uma seqüência de f... you. Ou seja: por lá o ato se acopla ao substantivo, por exemplo "you are a f... son-of-a-bitch". Aqui o produto do ato, ou pelo menos um deles, acompanha o diálogo como, "onde está a p... do meu chaveiro?". Mas mostra poder, chefia, estar por cima. Lembra-me muito o Juca Chaves, a contar do raivoso paulista em boteco carioca pedindo o atrasado: -"Cadê a p... do chope?!" e o garçom, do tipo que só existe por aí, inigualáveis, retrucando: - "Saindo, chefia. Vai querer as p..tas das batatinhas para acompanhar?"

Thomas - 10/09/2008 (08:09)

Certamente, imediatamente. Penso porém que ainda tenho (você escreve "teve") a relação camarada-afetiva com seu pai, pelo menos não me consta que ele tenha se indisposto comigo, nem eu com ele; nem teríamos razão para tal. Perdões pelas abobrinhas. Thomas Bussius

Ana - 10/09/2008 (08:09)

Querido Hermó, independente da relação camarada-afetiva que você teve com meu pai, por favor, me elimine da sua lista... eu não tenho tempo para ler abobrinhas.........obrigada. Ana

JORGE DOS SANTOS - 09/09/2008 (17:09)

Será que o Valter ficou influenciado e quis dar uma de chefão mafioso?

Hermó - 09/09/2008 (16:09)

Caro Valter, para não receber a p... do e-mail, basta com o botão da direita clicar sobre o "remetente" e optar por bloquear. E peça a mamãe lavar a boquinha... com sabão.

Anonymus - 09/09/2008 (16:09)

Isto que chamo obediência ao chefe, D. Paula! Deveria processá-los por leitura indevida de sua correspondência.

Paula - 09/09/2008 (16:09)

Desculpe, mas esse email não é particular e não posso receber msg que não digam respeito ao trabalho e nem entrar no site/blog por aqui... Obrigada por excluir meu email... O procedimento de "bloquear" clicando com o botão direito em cima do email de vcs não está funcionando... Obrigada! Paula

b. picchi - 09/09/2008 (16:09)

Isso é COSA NOSTRA...

"Tia" Cornelia - 09/09/2008 (16:09)

Do rol dos "viciados"... vou prestar atenção qual é o meu papel !