Por favor, fale-nos alguma coisa a respeito...
A quarta frota naval dos americanos criada em 1943 para combater o Eixo (curiosamente quase nem mais atuava por cá, exaurida a força dos submarinos alemães em 43) no entorno da América Latina, foi absorvida pela segunda frota, em 1950, por não ser mais necessária.
Reativada em julho de 2008, dizem os senhores da guerra tratar-se de algo necessário a combater o tráfico de drogas, ser proteção às vias de navegação e importante gesto de "goodwill", uma palavra do inglês sem tradução, algo como "boa vontade".
A Argentina e o Brasil oficialmente inquiriram sobre o assunto, pelo visto a resposta satisfez, já não se fala mais no tema.
Os mares e a Internet são livres, para o bem e para o mal. Convenção humana.
Lá fora fazem o que quiserem, também assim fazem os demais.
Antigamente o limite era 12 milhas, ainda respeitado pela maioria, entretanto muitos aumentaram para 200 milhas a distância da costa para a exploração econômica, entre eles nós brazucas, acho que até precursores nisto.
E a guarda costeira americana nem isto respeita, pois aborda barcos em qualquer distância da costa americana, às vezes no meio do Atlântico, para averiguação, repressão ao tráfico, combater imigração ilegal, etc. Validado por quem tem maiores canhões. Simples assim.
Não acredito os americanos estejam interessados em nossas descobertas petrolíferas ófichore (curiosamente depois da auto-suficiência anunciada nos torna importadores, 4 meses depois), pois não é lugar simples de explorar. O apoio em terra é essencial, não podem fazê-lo a partir dos EUA, seriam distâncias imensas, caso ignorassem as 200 milhas unilateralmente estabelecidas por nós; e viessem furar por aqui.
As razões para recriar-se a quarta frota podem ser, num decrescendo maldoso obviamente peço não levarem muito a sério:
Puro empreguismo, a criar vagas para centenas ou milhares de militares americanos. Ou proteger melhor comboios de navios especiais que navegam por rotas próximas mas secretas, com combustíveis atômicos queimados, a serem reciclados no Japão e retornando como material fissurável para bombas nucleares. Fantasia? Talvez.
Disputar discretamente com os ingleses, bem posicionados nas Falkland-Malvinas, a rota sul, via Cabo Horn ou Boa Esperança, imagina-se a verificar segurança para navios grandes demais a fazerem o trajeto pelo canal do Panamá. E aí penso a melhor razão: proteger o canal do Panamá, vital para eles.
Vale uma frota.
E sempre é uma forma de mostrar a nós podemos ser democracias livres, desde que não enchamos o saco deles. Peitar os gringos em briga de navios e canhões é bobagem, levam fácil. No negócio do terrorismo, apesar dos protestos, parece andaram se aprimorando nos métodos e desde 2001 não houve mais ataques a eles. Aprenderam a se defender, torturando suspeitos fora dos EUA, melhorando seus conhecimentos sobre árabes, cortando o fornecimento de armas à região, aliando-se com os russos, que batem duro nos insurgentes tribais em suas fronteiras.
É certo? Errado?
Não sabemos, difícil julgar. A força ainda prevalece, os americanos dobraram desde 2001 seus gastos militares, um valor que é próximo do PIB brasileiro. Mantém duas guerras em andamento: Iraque com seu rico óleo e Afeganistão, a mostrar para paquistaneses e indianos vizinhos que, mesmo estes "nuclearizados", estão lá, ainda pinçando de troco o Irã, a quem só restam as bravatas religiosas e isolamento burro.
Riem de Chavez e suas palhaçadas, pois sabem sem a venda a eles, o óleo venezuelano com refluxo em dólares não escoa. E dos demais por aqui, com guinada discreta à esquerda, tomam suas medidas, como esta quarta frota talvez, pois chineses e russos não dormem no ponto e têm frotas razoáveis, podendo navegar por aqui.
Paz e amor, com uma boa pistola no coldre, parece ser a política.
De qualquer forma, tornaram-se isolacionistas e extremamente reacionários. Não levam adiante o sonho de uma federação americana, com dois continentes integrados. Como fazem os europeus. Vivem o que bairristicamente se faz por aqui: muros altos e segurança.
São assim.