Dona Suzete, seguiu à grande viagem
De tempos em tempos a via, pequena, resiliente, forte como um bambu, esbelta porém. Ficava admirado com sua força, seu discurso potente. Brincava, perguntava eu se preferia o feijão com arroz aos sushis.
”Cada coisa em seu canto e em seu momento!”, dizia. Com razão, e curvava-me à sabedoria da senhora. Era japonesa nativa, a querida Iroko Furukawa, mas para todos: Dona Suzete, a simplificar. Mais sabedoria no ato.
Com as mãos e paciência trazia os pequenos ao mundo; centenas, por anos. À luz.
Positivista, animada. Apreciava viagens e nesta última, em companhia das adoradas filhas, afastou-se do cotidiano. Com alguma relutância. Ainda, como o flexível dobrar do colmo-bambu, a fazer o retorno, a seu querido país de adoção; o Brasil.
E por aqui despedir-se, para a última grande viagem, ao infinito, à luz, onde dizem haver paz.
Para Dona Suzete haverá.
E para lembrar que esta breve noite teve fim, um pequeno poema:
Wataseru hashi ni
Oku shimo no
Shiroki o mireba
Yo zo fuke ni
keru
Do "Hyakunin
Isshu", compilação de 100 poemas do século VII ao XIII, pelo poeta Fujiwara no
Sadaie (conhecido como Teika)