Político profissional, o que seria?
Hoje leio (20.06.2008) editorial em jornal paulistano sobre o tratar desta questão européia, a partir de 2010, na forma americana, e criminalizar o imigrante “ilegal” (eu sempre pensei - ilegais seriam os atos; não as pessoas, entretanto isto pelo visto mudou...). Pego pelas autoridades, terá de 7 a 30 dias para deixar a Europa voluntariamente.
Caso não o faça, “cana” por 18 meses, expulsão após e proibição de retorno por 5 anos. Famílias e crianças provavelmente confinados em campos ao invés de prisões, nisto a Europa sempre foi boa, prender ou deslocar etnias...
Nada a divagar sobre. O assunto é tão estúpido e ligado à xenofobia, racismo, nazismo e fascismo os comentários se tornam desnecessários. Dá até certo asco de escrever em uma língua européia, mas na falta de outra corrente em uso e nativa por aqui, vamos de português mesmo.
Enfim: não querem mais a nós cucarachas e africanos no subemprego e pronto. É a vez dos europeus pobres dos novos membros da união; sempre brancos, assumirem as vagas miseráveis sem choque discriminatório. A "legalidade" do cidadão sempre foi fruto da geografia política. A cidadania só é garantida nos limites políticos da imbecilidade humana, traçando linhas inexistentes pelos mapas. Pelo menos assim nos últimos 2.500 anos.
O curioso, porém, é o articulista do jornal citar algo fiquei pensativo: escreve ele coisa sobre “políticos profissionais”, a votarem medidas contra estes "ilegais" seres humanos, com futura prisão por trabalhar em péssimos empregos, fugindo das condições sub-humanas em seus rincões de origem.
O que seria este indivíduo, o político profissional? Em primeira aproximação, alguém faz a política apenas pelo dinheiro, ou seja: com discursos angaria votos, mente (a parte mais, escrevamos, intensa da nobre profissão) e mata *, e exclusivamente pelos valores recebe via impostos? Ou este "profissional" o faz não pelo dinheiro, e sim tal qual os ditos “grandes” políticos por esta coisa formidável da qual não abrem mão nem na UTI, o tesudo poder?
Prefiro deixar o que diz o editorialista como lapsus linguae, algo comum, ao imaginar-se o possível e todos sabermos ser impossível. Como esta profissão: “político profissional”. Que não existe, nada requer, nem cursos para tal há; apenas exige detonar-se palavras vazias.
Hitler no seu compêndio truculento Mein Kampf em algum ponto diz: “Então decidi tornar-me político!”. Não havia formação, escola específica, nada, apenas treinos de postura a discursar perante o espelho e a certa histeria para convencer o público a ouvir. Decidiu; e imediatamente o era.
Um político nordestino amigo, depois desistiu da coisa pois desencantou-se com colegas que pulavam de partido em partido, apenas atrás de boas colocações, alianças e remunerações, lamentava-se dizendo “o triste, triste mesmo, caro Hermógenes, é que nada, nada e nada é requerido. Nem ao menos ler e escrever corretamente...”
Citava a história dos vendedores de elixires que corriam o sertão, vendiam água com babosa e açúcar e contavam dos milagres, convencendo os ouvintes comprar a porcaria. “Tinham ao menos o trabalho de preparar o troço; meus colegas, nem isto”
Porém é isto, “políticos profissionais”... lapsus linguae, repito.
* Matam? Sim, sabemos os maiores assassinos da história da humanidade têm algo em comum: todos foram ou são políticos