O bom jornalismo

Em média primamos por aqui em ter nos jornais uma certa lerdeza mental publicada, sem ofensas. A dobrada sou-contra-tudo e viva-quem-também-é nos traz monotonia na escrita. Colunistas e redatores remoem os temas sem sugestões concretas, apenas criticando; pesadamente.

Elucubrações imensas sobres problemas menores enchem páginas e na falta de realismo estampado, a hipocrisia se instala.

O constante paradigma, EUA, cobre páginas; ainda nos encantamos com tudo que lá ocorre. Até a trivial recente queda de guindaste de obras em Nova Iorque dá manchete por cá. Ora...

Entretanto há boa luz no horizonte: hoje a publicação (19.06.2008) do Caderno Paladar pelo O Estado de São Paulo devolve, um tanto, aquela gostosa vontade de ler jornais, que anda meio adormecida em geral.

Inegável primor, elogiável da primeira à última página. Excelente jornalismo, belo foto-jornalismo, temas cativantes de nossa metrópole, a culinária e gastronomia. Textos bem escritos, entrevistados capazes e conhecedores, apresentação de novidades incríveis e reunindo a nata de quem se aventura na progressista culinária brasileira. Até da distante Ilha do Marajó, onde confesso fiquei tão encantado com os cozidos. Porém isto é outra história.

Em suma: prendi-me ao impresso e fotografado, sem apenas folhear, como andamos fazendo acima da conta com o por aqui publicado. O encanto, o prazer, a boa escrita e o fino jornalismo reunidos.

Muito bom; quase sentimos o sutil cheiro da fina comida exalando das páginas.

Mais em Caderno Paladar.