A última caminhada de Waller
Um filme que nos faz pensar, bem estruturado, e tantinho lento, mas não monótono. Para quem viveu por algum tempo na fria Alemanha, conjunto de lembranças entre o diria pesado e gelado, mas também banhado de certa leveza, popularesco diria, familiar.
Enfim, a mim cativou e concluiria: é muito bom; bom de assistir.
Em DVD, penso encontrável nos Institutos Goethe.
Fala de solidão, de rejeição, morte, alegria, filhos, caminhadas, vida e ar livre.
De retrato da guerra, alegria do fim dessa, desconfianças e perseguições.
E de uma profissão inusitada, o Schienengänger, inspetor de linha, a caminhar os trilhos e verificar desvios, lubrificação, iluminação, traquinices de crianças e lembrar...
Lembranças de um velho e seu curioso passado, sempre como inspetor de linha.
A qual, como ele caminhando em direção à densa neblina, parece desativada. Aposentam-se homem e linha.
O trem perdendo sua vez, até na tradicional Europa dos comboios para todo canto.
Feito em 1989, com modesto orçamento de 1,3 milhões de marcos, o diretor Christian Wagner cria uma suave, porém determinada seqüência de atual-passado em bom contra-ponto, alternando até as cores, com o clichezão branco e preto para o passado. Baseado no livro de Gerhard Köpf, Die Strecke, A Linha, filme que passou desapercebido, mas emociona.
Em tempo: metidos a entender alemão, liguem a legenda, pois o dialeto bávaro falado na película é coisa para ouvidos treinados; bávaros de preferência.