E falando em lugares que vamos pouco...
Dez Roteiros Históricos a Pé em São Paulo é um livro de singular curiosidade, pois traz a nós paulistanos a oportunidade de conhecer com riqueza de detalhes, a baixo custo (no chinelo, a pé mesmo) nossa grande cidade. E cidade grande...
Editado com apoio do Programa de Ação Cultural e da Secretaria de Estado da Cultura, os seus 10 autores traçam adoráveis trajetos, para que a pé se conheça melhor os cantos e recantos de onde moramos.
O roteiro 7 me tocou mais, por ser "rota" da minha infância, lá pelos lados da Avenida São João, Praça do Correio, Largo do Paiçandu e por aí vai. De autoria do arquiteto Michel Gorski, tomo aqui a liberdade e ousadia de repassar um pedaço aos meus poucos, repito sempre, porém muito fiéis leitores:
... para ir de bonde ao dentista, no prédio do cine Marrocos, assistir filmes no domingo de manhã, comer cachorro quente na Salada Paulista, passar telegramas ou só para passear, a São João era obrigatória. Eu me admirava com os arranha-céus, com o "buraco do Adhemar" e com os viadutos. Enfim, em nenhum lugar da cidade se avistavam tantos "cartões postais" e tudo era motivo de orgulho....
Outros roteiros são bem divertidos ou até instrutivos, como por exemplo o Roteiro pelo Jardim América (nr. 5). Seguir os passos caminhados pelos autores é certamente uma boa prática de recordação daquilo que pouco fazemos: ver a cidade e os detalhes, um tantinho de sua história; e a pé.
Divirtam-se e sem preguiça: saiam caminhando. Edição da Narrativa-Um, 2007, em todas boas livrarias.
A capa, se me permitem o comentário, não faz jus ao teor do livro. Mereceria algo mais, digamos, dinâmico.
O roteiro nr.4 (Minha Casa, Mooca) é especial pela boa escrita do Fernando Bonassi e as excelentes fotos.
Hermó - 02/06/2008 (15:06)
Eu lembro de um restaurante simpático por ali, que chamava Candy, logo após o prédio do correio central, subindo a São João, antes do largo do Paiçandu. Tinham comida muito boa, pelo menos eu assim achava, menino. E as sobremesas eram "Apfeltaschen", um folhado de maçãs, com cobertura de açúcar dissolvido no limão. Ainda posso sentir o gosto na boca... Fora deste circuito, acho que na Rua Barão de Itapetininga havia outro, o Café Vienense e a especialidade era o "Sauerbraten mit Knödel" (assado agridoce com bolas de nhoque) além dos fantásticos, imbatíveis "Berliner", os sonhos com recheio de geléia de morango. Ficava no primeiro andar de uma construção meio escura, antiga, elevador com porta pantográfica. O Brahma com seu pato e repolho era bom. E por fim a Churrascaria Guacyara, o preferido da minha mãe, pois tinha um espeto misto (aqueles que vinham nos suportes e o espetão ficava à mesa enfiado em pesado suporte: linguiça, galinha, boi e porco), com a melhor salada de cebolas de acompanhamento do mundo (que quase não se encontra mais hoje em dia). Na Av. Rio Branco, mas deve ter fechado também.
Freddy - 31/05/2008 (08:05)
Falando em Salada Paulista... quando eu era jovem e bem cheiroso, nós , meus pais e meus irmãos íamos ao cine Ipiranga assistir "Os 101 Dálmatas" e outros filmes, era sagrado , comer no Salada Paulista. Meu pai, quando tinha a intenção de irmos ao Cine Ipiranga, logo de cara dizíamos ,"Oba vamos comer salsicha em pé" , nada mais era que uma salada de batata formada numa forma de empada com duas salsichas Eder ladeando a dita salada . Bons tempos aqueles que podíamos andar sossegados pela cidade. Ir ao Municipal, claro que antes, passando no hotel da Basilio da Gama, Cad'Oro Hotel, como era ainda criança comia Fettucine tripo burro, era acompanhamento, mas para mim era um prato principal. Bons tempos... Obrigado Thomas por me relembrar !