Estrangeiros, fora! Deu no jornal.
"O governo prepara medida jurídica para dificultar a compra de terras por empresas controladas por capital estrangeiro, relata Fernanda Odilla em reportagem da Folha (29.05.2008). Parecer da Advocacia Geral da União fixará limites às aquisições. As regras valerão para todo o país, mas o alvo principal é a Amazônia, onde estão 55% da área das terras em nome de estrangeiros. Na região, os estrangeiros detêm 3,1 milhões de hectares --no país, são 5,5 milhões.
'É preciso estabelecer regras urgentes porque há uma disputa mundial pelas terras brasileiras'*, diz Rolf Hackbart, presidente do Incra. Ele tem repetido que as medidas são necessárias não por uma 'questão de xenofobia, mas de soberania' ".
Tomo a liberdade de fazer uma pequena conversão, utilizando a troca do termo estrangeiro por judeu e demonstrar como as coisas na realidade são tão próximas... Vejam que interessante:
"Governo prepara medida jurídica para dificultar a compra de terras por empresas controladas por capital judeu, relata repórter Frederike Hinterduft em reportagem do Völkischer Beobachter. Parecer da Advocacia Geral da Nação fixará limites às aquisições. As regras valerão para todo o país, mas o alvo principal é a Pomerânia, onde estão 55% da área das terras em nome de judeus. Na região, os judeus detêm 0,5 milhões de hectares --no país, são 1,1 milhões.
'É preciso estabelecer regras urgentes porque há uma disputa mundial pelas terras alemãs', diz Heinrich Zhotze, governador do Instituto Nacional-Socialista de Terras. Ele tem repetido que as medidas são necessárias não por uma ' questão não só de repulsa ao sionismo, mas de soberania' ".
Somos assim, assim mesmo...
60 anos após, o discurso permanece o mesmo. Os políticos tristemente se destacam por dois fatores: falta de inovação e sempre criar a eterna figura do "inimigo" . Estrangeiros, judeus, iraquianos, ciclistas católicos e adoradores do diabo...
Mas não nos preocupemos, a Amazônia será salva das hordas exógenas (quem serão os primeiros a invadir e atacar? Freiras americanas?) proibindo a venda de terras a desprezíveis gringos e quem sabe, mais adiante, expulsando-os todos?
* Rolf Hackbart (deveria abrasileirar este nome "estrangeiro", para Rodolfo Barba Picada...) e explicar melhor que quem destrói a Amazônia, campeões absolutos, somos nós mesmos e moderar um tanto a maldita xenofobia. Nunca fomos disto. Por aqui, com poucas exceções que primamos em exterminar, somos todos filhos, netos e bisnetos de estrangeiros. De alemães como Hackbart, passando por Takashi japonês, Silva português a Lumbumba de Angola.