Os astros explicam: entre signos e Ciro (Gomes)
Por Erica Silva Teixeira, de Salvador
Vocês já pararam para pensar na quantidade de “preparos” que a vida nos demanda ?
Não me lembro a primeira vez que tive contato com a temática de "signos", embora saiba que, pelo menos, acompanho meus percalços astrológicos há mais de década.
De alguma forma, tenho convicção de que nós, humanos, jamais nos satisfazemos com os limites científicos e cartesianos dados pela ciência para explicar o comportamento humano.
Até a linha (imaginária do razoável): a ciência. Após o cruzamento, a metafísica. Os astros, o posicionamento dos planetas ... e os signos.
Os signos.
Afirmam os estudiosos que, de acordo com a data e o local de nosso nascimento, somos regidos por signos, cujas casas variam e se posicionam de forma única (irrepetível, talvez ?) em nosso "mapa astrológico", apontando nossas principais características, que variam de acordo (e também) com os planetas em que cada signo achou por bem residir.
Qualidades, defeitos, manias, aspectos necessários para o crescimento, vícios, tendências comportamentais, aptidões, sombra, dificuldades e facilidades são apenas alguns dos infinitos elementos que discriminarão porque somos o que somos em vida corpórea e o que precisamos (ou não) fazer para evoluir enquanto espíritos encarnados.
Girando o peão, há quem diga que os signos nada mais são que desculpas esfarrapadas misturadas com proselitismo barato para justificar nossos comportamentos ... digamos ... tanto quanto viscerais. Noutras palavras, licença poética para fazer (e dizer) maluquice.
O que também não é de todo errado.
E quem vos fala é uma escorpiana.
Escorpiana que partilha do mesmo signo solar que nosso ilustríssimo pré candidato ex-ministro, ex-governador, ex-prefeito, ex-deputado, ex-marido, ex-pipipi popopo, como ele mesmo se intitula à presidência: o Ciro Gomes.
Sua trajetória é, no mínimo, louvável. Respeitável. Há um homem. Há uma formação. Há uma proposta de governo e há um projeto nacional. Respostas, sínteses, hipóteses, alternativas e os famigerados números e estatísticas não faltam. É como se, no exato momento em que ele decidisse abrir a boca, todos os neurônios e sinapses do seu corpo precisassem estar à postos para compreender minimamente a linha de raciocínio desse poço de conhecimento, de história, experiência e dados.
Também há a assertividade e o ego. Tão contundente que, reiteradas vezes, é confundida com grosseria ... não podemos esquecer que estamos falando de um escorpiano. E cá estou eu, valendo-me de signos para sugerir que, embora não resolva, acaba por explicar algumas das impressões que nós, reles mortais e cidadãos, temos sobre ele.
Com alguma tranquilidade, diria que o Ciro entrou em uma sala de espelhos, cuja única imagem por ele vista é a de si próprio. Infinitas e reiteradas vezes, por todos os ângulos. Acontece que quando olhamos apenas para nós, deixamos de dar atenção ao outro, impedindo a verdadeira e necessária troca.
Um narciso à brasileira.
Eu gostaria de poder votar no Ciro. Já o fiz em outros tempos.
Acontece que ele prova, diariamente, estar perdendo a pior das disputas: a com seu próprio ego, tornando-se um homem ensimesmado ... em sua própria torre: ilhado e distante e cuja voz não se ouve.
Talvez ele sempre tenha sido isso .. só ainda não tínhamos percebido.
Mas no meio do caminho havia uma pedra. Havia uma pedra no meio do caminho.
Essa pedra se chamava Gregório Duvivier.
Possivelmente, apenas mais uma para dificultar os próximos passos do candidato.
Somos assim.
Inclusive em tempos de eleicões ...