O senhor advogado se embebedou
Por Helena Iaconis Sevastopoulus, de Pátras, Grécia
Às sextas-ferias e durante aquela pandemia, o senhor advogado fazia suas audiências com os juízes de Patrás por tele-conferência. Era bastante curioso Helena observá-lo sentado à frente de seu note-book, com terno mas bermudas.
Em alguns momentos cobria a pequena camera com o dedo, quando se levantava para pegar certa pasta atrás de si, em verdadeiro malabarismo.
Helena levava café e algumas loukoumades, para adoçar a vida de seu tranquilo empregador, que pouquíssimo dela exigia, assim da moça tailandesa que auxiliava.
E assim ambas pela cozinha, sem grandes chances de diálogo, de alguma forma se ocupavam com os pratos e sobremesas gregas Helena fazia tão bem.
A moça tailandesa, com seu nome imenso, Busarakham, absorvia e anotava em sua complexa escrita aquilo era cozido.
Dizia em uma mistura de péssimo inglês com algumas palavras no grego, sonhar em ser cozinheira, com restaurante pelos lados da praia.
" I love Grik ", era sua manifestação adorar a Grécia.
Certo dia antes de se recolher, porém, Helena ouve da varanda o senhor advogado bater palmas e cantar, forte. Alto.
Alguma balada antiga, que não conhecia. E com Busarakham cuidadosamente se aproxima, a ver a dança, a garrafa tombada, o rosto vermelho e a agradável surpresa da linda voz do homem.
Ao notá-las disse "Senhora Helena, todo homem tem direito a um bom vinho, seus loukoumades e cantar. "Que Deus a abençõe! E a si também, pequena pérola do Oriente", dirigindo-se a moça da Tailândia.
Sentou-se no chão, silenciando e seguiu olhando o mar.
Vamos às loukoumades ?