A comemoração.
Por Helena Iaconis Sevastopoulus, de Pátras, Grécia
O momento foi de certo júbilo, em contraste com a normalmente desmotivada comemoração festiva da região, de qualquer natureza.
A senhora Helena Andropoulos com discretas lágrimas de alegria olhou para seu agora ex-marido, apático em suas roupas escuras e o boné de pescador. A torta gravata não lhe cabia, mas era a formalidade primitiva exigida por juízes, pelo planeta afora.
Nem assustado com o ambiente oficial, somente um tanto irritado pela quebra da rotina.
Simplesmente indiferente no geral.
Como se o divórcio após 40 anos juntos fora apenas desagradável ida ao Tribunal de Família de Pátras, a pagar algum imposto atrasado.
Helena perguntou ao advogado em sua recém-adquirida ousadia, se poderia pagar-lhe um café, a comemorar.
Que aceitou, século XXI, outros tempos.
Após o café, ela seguiu a certa sonhada pousada a fazer o impensável
Dormir só, longe de todos.
Os 25 Euros mais bem gastos de sua vida, disse a si mesma.
Enfim, era a comemoração, a libertação.