Os economistas sempre sabem, depois.
Descobri, observando com olhos de imbecil incauto, que a recente crise, ainda em curso nos mercados internacionais, tem uma origem perfeitamente explicável. Sabem qual é ? Simples: ninguém sabe...
A origem comum e explicação padronizada, vem depois da crise. Aí todos sabem.
Há pelos menos vinte e cinco definições das causas. Os efeitos todos conhecem, a costumeira pancada no bolso do pequeno investidor.
Desde a compra exacerbada de leite pelos chineses, queda de gastos militares no Iraque e excesso de iliquidez dos fundos lastreados em hipotecas de trabalhadores americanos, a razão é a mesma : ninguém sabe ao certo.
Imagino que após os futebolistas, quem mais chuta são os economistas. Todos entendem, informam que avisaram, falam difícil e por aí vai. Mas a grana, bem, foi-se.
Além de ter um terrível componente psicológico: a corrida aos ativos, corrida aos fechamentos, troca de posições, ajustes de câmbio, cancelamentos de x e y. Os grandes bancos centrais dos países, túrgidos de dinheiro, liberaram em poucos dias, meses atrás, "mixaria" de 360.000.000.000 de dólares, metade do PIB anual brasileiro, para manter o sistema em ordem.
Dinheiro de impostos ou dos depositantes dos bancos comuns, os tais depósitos compulsórios. É sempre fácil lidar com o dinheiro dos outros... Os governos só arrotam que é tudo "muito normal", nada vai acontecer, todos estão "blindados".
Será?
Mas, lá no fundo, o velho desconfiômetro (por favor, procurem aferir o instrumento, alguns andam descalibrados; estes próximos dias e meses vão ser necessários...) indica que governos não sabem de nada, as distâncias e as quantidades de informações e informantes são muito grandes para alguém deduzir de fato o que ocorre. E por aqui nosso líder maior, e mais ético de todos os tempos, não é grande coisa na percepção ou fechamento de contas. Na verdade nem se interessa pelo assunto, gosta mesmo é da política.
Porém, eu, incauto, sem qualquer noção de economia macro ou microvalente, avesso às previsões excetuadas as do tempo, desconfio que pode estar ocorrendo um rápido esfriamento cruel no sistema. Como sempre, sou metido a sabido...
Verguenza, cantaria a maravilhosa Mercedes Sosa.
Mas, vejam que o lucro do antes maior banco brasileiro é metade dos privados, o monopólio do petróleo, apesar de preços pornográficos teve lucro relativamente modesto, pelo tamanho da operação e reserva de mercado garantida. Certa grande empresa de eletro-eletrônicos informa que está negociando a venda de ativos para liquidar débitos (o começo do fim), tendo vários fornecedores parado de entregar material. A maior fábrica de tubos de TV, os tradicionais, fechou, dando um mega-calote (incluindo a mim, modestíssimo fornecedor), associação de duas imensas multinacionais.
Diziam impossível competir com os chineses, mesmo vendendo-se mais tubos por aqui do que as caríssimas TVs de tela fina. Os aviões lá fora já voam menos, acreditem; as estradas nos EUA e Europa já andam mais vazias, os centros de compra tem mais observadores que compradores, o Dia da Mamãe foi mais dela, a mamãe, do que tradicionalmente dos comerciantes gringos e a única coisa garantida, mesmo, é a recente contratação de 260.000 temporários como funcionários públicos plenos, isto sim um grande avanço. Com uma medida provisória a endossar, com gordo aumento para esta turma.
Aliado ao aumento real de 56 % no dispêncido na folha destes sempre diligentes trabalhadores, os públicos, no governo atual.
Como disse alguém hoje: Pegamos o fim de um baile sem comprar ingresso mas já havia acabado a bebida e a comida...estamos apenas dançando.
Mas os economistas saberão explicar. Depois das espoletas ou bombas detonarem, é claro. Depois do furacão na Birmânia. Depois do terremoto na China.
São assim.