Herz e Baumfeld
Significativo o sobrenome do novo ministro; que omite, à forma do ministro da justiça.
O da justiça chama-se Tarso Genro Herz e do meio-ambiente Carlos Minc Baumfeld. Alguma forma inconsciente de omitir a origem, pelo visto menos palatável a integrar o grande partido. Sim, pensem o que quiserem, nós não somos impermeáveis ao velado discreto anti-semitismo ou xenofobia direta. Pelo contrário, o fazemos à brasileira, contornando.
Os nomes adequados devem ser de origem autêntica, brasileira ou, até admissível, italiana. Mas assim, teutão ou teuto-semita, estrangeiro enfim, estranhamente suprime-se. Eu mesmo praticante confesso, pois não escrevo sob meu nome, inventando este convenhamos ridículo H. de Castro & Mello, "brasileirão" autêntico, até com apelido, já surgindo o Hermó.* .
Por que?
No caso da omissão do sobrenome do novo sr. meio-ambiente, Baumfeld, "campo de árvores" em alemão, maldosamente imagino seja inconsciente incentivo para permitir a destruição total da Amazônia.
Tenho cá para mim que o agronegócio já decidiu aquela área ser território livre para destruição, pois aliado ao interesse do governo nos impostos, formação de empregos e geração de divisas com exportação, está tudo acima de "manter aquele mato inútil", a saída da ministra Marina é a prova irrefutável.
O próprio Lula não se encanta com "alguns bagres", acelerando a construção das usinas no Rio Madeira, que sabemos não são exatamente ajuda para o meio-ambiente da região.
O ministro da justiça, Herz, "coração" em alemão, faz inconsciente bem em omitir, pois um titular daquela pasta, com coração, seria muito estranho... tem que ser durão!
São assim.
* Com seus atenuantes, pois penso em pessoas que tem sobrenomes como o de solteira da minha mãe: von Bastian Brzczinski... quantas consoantes... aí complica..
Celso Minc, foi participante da "luta armada" contra o regime de chumbo. Assaltou bancos, hoje se diz da paz e do meio ambiente saudável. Será? E gosta mesmo da moda... isto gosta.
Tarso Genro, ministro da justiça. Mais um de atuação pífia. São sempre rapidamente esquecidos. Alguém lembra quem foram os anteriores, sem consultar o Google ou ser jornalista em Brasília?
Além do Meio-Ambiente tranquilamente poderia ocupar a pasta de Moda-e-Tendências, se existisse. Muito fashion...(foto ag. Estado)
Hermó - 22/05/2008 (09:05)
Complexa a questão, caro amigo Ishida. As razões da xenofobia interna e externa não nos são totalmente claras. Sofre-se disto. Minha mãe veio para cá em 1951, aos 20 anos. Outro dia, brincando, perguntei a ela se após tantos anos de Brasil não estava na hora de naturalizar-se. Ofendeu-se, disse que sempre será alemã. E de fato, jamais aqui desembarcou: sua alma, seus pensamentos, sua forma de ser é alemã. E ainda se dirige aos daqui como "aqueles brasileiros". Nunca detonou fluência na escrita em português, até hoje diz "o lua", "a sol", traduzindo os artigos do alemão. Uma namorada coreana que tive, contava-me que seus pais pouquíssimo português falavam, apesar de muitos anos aqui. Guetificação, medo do diferente, rejeição a língua local. Algo tribal, ainda sem grandes soluções. Os jovens quebram as barreiras com mais facilidade. Se nas escolas convivem as diferentes matizes, respeitam-se melhor no futuro. Mas adultos...
ishida - 21/05/2008 (18:05)
Hermó:
Quem puder omitir parte do sobre nome para não ofender aos seus patrícios (pelos seus atos), o faz como os Genro's e Minc's da vida, pois não há como saber a sua ascendência.
O Presidente Lulla com a sua farta curtura geográfica, chama a sua cara metade de "galega" que no entanto tem a cidadania italiana, como se a Galicia fosse italiana...
No meu caso a coisa fica complicada, pois aqui sou chamado de "japonês" apesar de ter nascido e sido criado em Sampa com muito orgulho e caso esteja no Japão (coisa pouco provável) serei chamado de "gaijin" (estrangeiro ou "gringo" em japonês) ou seja serei um sem identidade, apesar de perfeitamente identificado pelos ancestrais...
Não tenho como esconder-me. Só se for usar um sobre nome duplo como o seu!
Abraços
Hermó - 19/05/2008 (10:05)
Bussius,... tem razão, não é. Thomas é aramaico, portanto semita, Bussius é, parece, italiano mesmo. O primeiro registro escrito é de um sujeito enterrado em Modena, morreu de uma doença dos olhos. Depois tem o Louis Bussius, que mataram na sexta-feira treze em Lyon, virou churrasco na noite de São Bartolomeu. Era huguenote. Os que conseguiram escapar, a Bussiuzada francesa, mandou-se para o norte da Alemanha, onde não enchiam o saco dos protestantes. Depois viraram desde capitão de navio (Richard Bussius) a jogador de futebol nos anos 50, profissional até em Wolfsburg. O mais destacado hoje em dia é o chefe dos bombeiros de Cremlingen com o curioso nome de Thomas Bussius... Claro está que , à maneira dos anglosaxões, estamos desenvolvendo por cá uma cultura de 'nacionalização' e ´ação direta´. Judeus imigrados lá mudaramo nome de "Goldstein" para "Goldsteen" ou na Inglaterra de "Obstbaum" para "Hobsbawn". Um amigo prefere chamar-se Mike nos EUA, ao invés de Miguel. Outros mantém, sem problemas: Arnold Schwarzenegger... por exemplo. Possível é, pelo visto. Complicado, ainda a identidade é um problema, mundo afora.
Cornelia - 19/05/2008 (10:05)
Bussius, um nome muito "semita"... Thomas ainda vá lá....