Hermó

Espaço de reflexão Hermógenes de Castro & Mello

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Artigo nº 60 - 18/11/2022

Amigos

Amizades são determinantes. Os casais que se mantém, admita-se, além de esposa e esposo, namorada e namorado, companheira e companheiro são amigos. Finda a amizade nestas relações, a infernalização do cotidiano apresenta-se apenas como o início do fim.

Cumpinchas hão de ser, sempre, diria. A cumpincharia, se existe o termo, é a cola daquilo que os demais denominam boa relação, casal feliz.

Assim entre os homens, apenas amizades são preciosas. Idem entre mulheres. E há momentos onde podemos saborear a alegria da boa amizade, a esquecer o cotidiano pesado.

Nas situações mais diferenciadas. Como por exemplo neste fim-de-semana, onde com bons amigos fomos tentar fazer manutenção em um barco. Pelas bandas de Parati, aquela jóia fluminense.

Fizemos parte apenas, o ajustado retirar do barco da água para repintura não foi possível. Virose do marinheiro a coadjuvar, certa má vontade do gerente de um estaleiro que nos atenderia (compreensível, era sábado, havia pouco encanto em trabalhar, coisa de cariocas). Mas a diversão foi plena, pela companhia dos amigos.

Dois robustos senhores, sempre entusiasmados e interessados técnicos auto-ditadas.

Dos melhores, convenhamos. Entendedores dos pequenos detalhes e truques que facilitam os consertos. A compreenderem os macetes inerentes aos conceitos náuticos.

Trocaram piloto automático, ajustaram o motor e seu sistema de refrigeração, verificaram painéis elétricos, trocaram óleos e deixaram o barco, de curioso nome Charada, dado por um deles, em bom estado. Como se diz: em condição de navegação.

Com a colateral diversão. Diversão com conversas, chistes, piadas, comentários dos mais escabrosos possíveis e por aí vai. A engasgar de rir.

Amigos, como melhores não pode haver.

Também somos assim.

Embrenhando-se pelas entranhas do barco, de curioso nome "Charada".

A alegria de ver a água de refrigeração do motor correndo na plena, novamente.

Um momento de reclusão e pensamentos distantes, em meio aos trabalhos de manutenção.

Troca de impressões, piadas, chistes, comentários desairosos sobre senhoras vistas (e lembradas) com muitas risadas. Bons amigos.

Comentários

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JORGE DOS SANTOS - 03/03/2008 (10:03)

Logo vi. Com 23 anos bem poderia ser um carioca malandro, coisa que, entre os jovens, realmente aqui existem aos borbotões como em todos os cantos tupiniquins, mas felizmente ambos eram fluminenses. Cariocas da gema não fariam uma coisa dessas... eu acho. Ou não?

Hermó - 03/03/2008 (09:03)

Viajei 390 km São Paulo-Parati, para ouvir de um gerente de nome Lucas, do alto de seus 23 anos, que naquele sabado não tinha jeito, apesar de acertado. Só quando ele ligasse e desse o óquei. Carioca. Meu dileto contratado, auto-denominado marinheiro, carioca paratiano da gema, neste mesmo sábado se apresentou com uma providencial "virose", sumindo portanto. Sei que cariocas não são preguiçosos. Pelo contrário. Mas neste sábado, neste dia famigerado, a concetração de má vontade flumino-guanabarina fez ferver o latão do paulistano de merda. Mas em não se tratando de casus vita-mortis, dei uma de carioca: deixa para lá , está sabendo? 60 anos, George? Kassetten, el diente del tiempo corrode a nosostros...

JORGE DOS SANTOS - 03/03/2008 (09:03)

Meu preclaro amigo Thomas, não me furtarei o protesto pela “coisa de cariocas” inserida no teu artigo. Se existem cariocas malandros, e existem, a maioria é trabalhadora e, como já foi comprovado estatisticamente, a maioria dos cariocas trabalha uma carga semanal superior a dos paulistas. Ainda há pouco comemoraste 30 anos de batente, pois bem, eu tenho quase 60. Aposentar? Nunca! Quero morrer no batente e não enchendo o saco da mulher em casa. Quando vês as nossas praias cheias nos dias úteis, tenhas certeza de que são estudantes, paulistas, mineiros etc. em férias e alguns cariocas malandros, é claro. Podes parar e perguntar. Considera como um protesto afetuoso e recebe um grande abraço do amigo carioca trabalhador.

emilia - 03/03/2008 (08:03)

Muito bom ter amigos. Aquelas pessoas que você não dispensa em certas horas e sabem mais de você do que você mesmo. E o bom é que em troca só pedem sua presença, sua opinião e respeitam a sua. Cuidemos deles e de nós para eles. Boa semana para todos.